Lightlark (Lightlark, #1)(57)



Ele estava simplesmente... andando. Já tinham chegado ao ch?o? Isla se mexeu para sair de seu aperto, mas Oro resmungou e seus bra?os a seguraram com mais for?a, quase doendo. Só quando abriu os olhos ela viu que ainda estavam no ar, centenas de metros acima. Oro estava andando no nada, uma ponte invisível em vez da real, frágil, bem na dire??o do penhasco. A praia exposta ficava lá embaixo, rochas afiadas como cacos de vidro. Ela ficou boquiaberta e prontamente colocou o rosto com for?a no espa?o entre o pesco?o e o ombro dele.

Oro riu com maldade, divertindo-se com seu medo. Ela sussurrou palavras em sua orelha que o fizeram franzir a testa.

— é como se você quisesse que eu te soltasse.

Antes que ela dissesse algo de que pudesse se arrepender, e isso n?o teria muito efeito, de qualquer maneira, dada a for?a com que ela estava agarrada a ele de tanto pavor, Oro deu um passo que parecia muito mais sólido.

Finalmente, estavam de volta ao Continente.

Ela se soltou de seus bra?os no segundo em que era seguro fazê-lo, aliviada por estar longe do rei, ent?o o encarou.

— Isso foi horrível — ela disse, para que ele n?o tivesse qualquer dúvida quanto a seus sentimentos sobre voar e estar t?o perto dele.

Ele retribuiu o olhar frio.

— Vejo você amanh? — disse, mostrando os dentes, fazendo soar como uma amea?a.

Ent?o ele voltou para o ar, em dire??o ao castelo, deixando que Isla retornasse sozinha.





CAPíTULO VINTE E QUATRO


INVESTIGA??O





Isla podia ter prometido n?o contar a Grim sobre o cora??o, mas n?o disse nada sobre contar a Celeste.

O quarto da amiga foi o primeiro lugar para onde se dirigiu quando chegou ao castelo.

Ela bateu e a porta se abriu imediatamente, embora estivesse quase amanhecendo. A Estelar deve ter esperado a noite toda para falar com ela.

As duplas tinham complicado seu plano.

Ela contou tudo para a amiga. Ao final, Celeste perguntou:

— Tem certeza de que ele disse cora??o?

Isla assentiu.

— Ele deve acreditar que isso cumpre a profecia. Um crime original cometido novamente, de alguma forma. Talvez encontrar esse cora??o seja o crime original?

Celeste balan?ou a cabe?a.

— N?o sei, mas n?o gosto disso. Nem um pouco.

— Nem eu. Dessa vez, o rei está claramente desesperado para quebrar as maldi??es — disse ela. — Mas acho que isso pode ser bom.

Sua amiga a encarou como se tivesse brotado uma flor na testa de Isla.

— é assim que vamos entrar na biblioteca da Ilha do Sol.

Celeste ponderou sobre isso.

— Você acha que pode convencê-lo a deixar você entrar?

Isla estremeceu. O rei a odiava. Ainda assim, encontraria uma maneira. Ela assentiu.

— Tudo bem — disse Celeste. — Ent?o fa?a com que ele te mostre a biblioteca o quanto antes. Faltam apenas algumas semanas para o baile.

Algumas semanas até que os governantes sejam autorizados a matar eram as palavras que n?o precisavam ser ditas.

No caminho de Isla até a porta, sua amiga a chamou mais uma vez.

— Ah, Isla, mais uma coisa… Tome cuidado. — Celeste mordeu o lábio, preocupada. — Os governantes... Tenho medo do que eles far?o para vencer, agora que sabemos que Lightlark está em apuros. N?o confio em nenhum deles. — Ela a olhou bem nos olhos. — Principalmente no rei.

Oro foi ao quarto dela na noite seguinte, como prometido. Ele mal olhou para ela antes de levá-la ao próximo destino.

Desta vez, Isla n?o perguntou para onde estavam indo. Ela já tinha visitado algumas das ilhas agora, sabia onde ficavam quase todas. Poderia descobrir sozinha.

Vinte minutos de caminhada e Isla tinha certeza de que estavam indo para a Ilha do Céu.

Ao atravessar a ponte, Isla confirmou isso.

Oro pensava que aquela era a primeira vez que ela estava vendo a ilha. N?o chegou a fingir que estava maravilhada com a cidade flutuante, mas ficou quieta.

Deixaram a base inferior do vilarejo e entraram em um bosque. Isla engoliu em seco. Ela se perguntou se as florestas em Lightlark eram como as das terras dos Selvagens. Perigosas. Mortais. Até os tolos temiam a floresta. Ninguém entrava sem prote??o. Foi por isso que a urticária de Oro tinha sido t?o surpreendente. As plantas podiam ser t?o selvagens quanto os animais. Elas podiam atacar, mutilar, matar. Terra disse que era por isso que os Selvagens poderosos eram t?o importantes. Só eles podiam domar a natureza. Proteger os outros.

Mas Isla n?o era uma verdadeira governante Selvagem. As plantas n?o lhe obedeciam. E tinha como prova muitas cicatrizes que havia levado anos de elixires para apagar.

O que o rei pensaria se fossem atacados?

Culparia isso ao fato de que ela estava supostamente escondendo seus poderes a pedido dele?

Ficaria desconfiado?

Por sorte, quando entraram na floresta, nada aconteceu. As árvores seguiam altas, como tudo na Ilha do Céu, como o próprio povo. Elas estavam carregadas de frutinhas do tamanho de bot?es e da cor do céu e de dentes-de-le?o em seus galhos, como se peda?os de nuvem tivessem se agarrado ali. A temperatura caiu rapidamente, e Isla desejou ter uma capa, uma daquelas grandes o suficiente para cobri-la inteira. Pensou no segredo do rei. Ficava notavelmente mais frio longe das infinitas lareiras e fogueiras do Continente.

Alex Aster's Books