Lightlark (Lightlark, #1)(70)



— O antigo palácio na Ilha Selvagem. O que você sabe sobre ele?

Ele apertou os lábios.

— Na verdade, n?o muito. Algo específico que você queira saber?

— Há algo escondido lá dentro? Se sim, você saberia como encontrá-lo?

Juniper franziu a testa. Parecia que ele n?o estava acostumado a n?o ter informa??es sobre as coisas. Isla teve que admitir que era um tiro no escuro. Os Selvagens n?o viviam em Lightlark havia centenas de anos, e ela duvidava de que a maioria dos ilhéus nem sequer sabia que o palácio ainda estava de pé, considerando seu estado de abandono.

— Pe?o desculpas, Governante, nunca ouvi falar de algo escondido no palácio Selvagem. A meu ver, qualquer coisa de valor deve ter sido saqueada há muito tempo.

Isla assentiu bruscamente. Ela sabia que as chances de alguém saber sobre o cofre eram poucas. Seu segredo teria que ser usado outra vez, para outro tipo de informa??o. Ela estava prestes a sair, mas Juniper continuou: — Contudo, sei algo sobre o Palácio de Espelhos.

Ela se sentou novamente. Juniper usara o nome do castelo, o mesmo que Grim tinha lhe contado.

— O que é?

— O Palácio de Espelhos é o único lugar na ilha onde todos os poderes, exceto os dos Selvagens, s?o reprimidos. Apenas as suas habilidades funcionam lá dentro.

O quê?

Apenas um encantamento poderoso poderia fazer algo assim. Ela nem mesmo sabia que uma habilidade como essa existia. O que estava no cofre devia ser o responsável.

N?o era a informa??o que procurava, mas foi o suficiente para deixar Isla desesperada para saber o que havia atrás da porta.

E fazê-la ter certeza de que, o que quer que fosse, poderia ajudá-la agora.

Isla voltou para a pra?a com mais perguntas do que respostas. Uma tempestade estava no horizonte. O céu acima estava cheio de nuvens escuras como uma matilha de lobos circulando, pelo cinza e tudo. Eles pareciam imitar sua mente perturbada.

— Como acha que esse vestido ficaria na chuva?

Grim. Ele estava encostado do lado de fora do bar, esperando por ela.

Ela piscou.

— Está me seguindo?

Indo de evitá-la completamente a segui-la… n?o fazia sentido. O que havia mudado?

O que ele estava procurando?

Grim levantou a sobrancelha.

— N?o. Eu estava aqui por motivos pessoais, e senti você.

— Me sentiu?

Motivos pessoais?

Ele assentiu.

— Suas emo??es, elas têm um tom… uma cor, quase. Eu sabia que você estava por perto.

Ela n?o sabia como se sentia em rela??o a isso. Queria saber que cor tinha, mas n?o perguntou. Em vez disso, levantou o queixo e disse: — Seu esquisito.

Isla virou-se para sair do mercado, e Grim caminhou com ela.

— Sabe, se você está pedindo informa??es a Juniper, recomendo tomar precau??es. Eu posso fazê-lo esquecer sua conversa, se quiser. Ou simplesmente amea?á-lo para que n?o diga nada.

Ela o encarou ao mesmo tempo que considerava aceitar a oferta. Juniper a ajudou, mas era impossível confiar em um dono de bar que negociava segredos.

Ela realmente esperava que Juniper soubesse como abrir o cofre no Palácio de Espelhos. Era evidente que exigia uma chave, uma que ela n?o tinha tempo de procurar.

Encontrar o desvinculador precisava ser seu foco.

No entanto, Isla tinha aquela certeza de que o conteúdo do cofre poderia ajudá-la a localizá-lo.

N?o conseguia explicar… mas a porta a atraía, falava com ela. Dizia em sua linguagem silenciosa que Isla precisava abri-la.

Se ao menos ela tivesse tempo e recursos para fazer isso acontecer…

— Você está decepcionada, Isla.

Ela piscou, e lá estava Grim, parado em seu caminho, observando-a. O castelo aparecia muito à frente, alto em seu penhasco como um gigante agachado.

Ela rangeu os dentes e parou.

— Eu te disse para n?o me analisar.

— E eu disse que n?o consigo evitar.

Ela cruzou os bra?os, a boca já aberta em resposta…

Quando o céu se abriu como um ovo.

A chuva a encharcou completamente em um instante. Uma tempestade t?o forte que ela mal conseguia enxergar. Grim era apenas uma figura escura diante dela, mas Isla o escutou, sua risada profunda como o estrondo de um trov?o.

O vento soprou seu cabelo e vestido para trás, sibilou em seus ouvidos. As árvores abaularam, suas folhas dan?ando descontroladamente.

Grim estendeu a m?o e ela a segurou.

O castelo estava muito longe, e Isla n?o tinha certeza de que algum dos poderes do Umbra poderia protegê-los da chuva. Ele a conduziu até a constru??o mais próxima, o mosteiro que ela vira muitas vezes antes, com o olho de vitral na fachada.

Grim abriu a porta da frente com uma explos?o de poder sombrio e os colocou para dentro.

Ela estava ofegante, congelando e encharcada. Seu cabelo grudado no rosto em mechas bagun?adas, e seu vestido… seu vestido colava nela, delineando cada centímetro do corpo. Ela estendeu a m?o para tirar a coroa e viu que estava presa ao cabelo.

Grim estava a alguns metros de distancia, observando-a.

Ele também estava encharcado. O cabelo escuro espalhado na testa, pingando nas laterais de seu rosto. O tecido preto que ele sempre usava agora parecia muito fino, quase transparente, os músculos perfeitamente definidos. Sua capa pingava suavemente no ch?o de madeira do convento enquanto ele caminhava lentamente. E, quando ela olhou em seus olhos, n?o encontrou nenhum humor ali, nenhuma divers?o.

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