Lightlark (Lightlark, #1)(114)



Isla n?o deveria ter ficado surpresa por ele ter sido capaz de sentir seu medo durante todo o Centenário, sua confus?o. Ainda assim, isso n?o era desculpa para esconder aquilo dela.

— Tem mais alguma coisa que você n?o me contou? — Isla exigiu. Ela n?o podia confiar em mais ninguém. Azul havia envenenado Celeste. Cleo havia tentado matá-la em várias ocasi?es. Isla lembrou-se do aviso do oráculo.

Há mentiras e mentirosos por toda parte, Isla Crown.

Grim era um deles?

Os olhos dele brilharam com algum segredo. Ela o conhecia bem o suficiente agora para perceber.

Ela deu um passo para trás.

— Tem, n?o é?

Grim ficou tenso. Assentiu.

— O que é?

Metade dela sentia raiva. A outra metade sentia medo. E Grim sentiu tudo isso.

Ele deu um passo para se aproximar de Isla. Ela recuou e quase perdeu o equilíbrio.

— Tem algumas coisas que n?o te contei — disse ele. — N?o explicitamente.

Outro passo.

Só diga logo, pensou Isla. Ela n?o aguentaria nem mais um momento de dúvida.

Ele franziu o cenho. Era uma express?o nova em seu rosto. Ele fazia isso para outras pessoas, com frequência, mas nunca para ela. Com ela, Grim sempre sorria.

— Eu n?o te contei o que você faz comigo.

Ela piscou.

— O quê?

— Eu n?o te disse que você me destruiu.

— Destruí?

Ele assentiu.

— Estou destruído. Torturado. Você n?o parou de me atormentar desde a primeira vez em que te vi.

Isla abriu a boca. Fechou-a. Pensou até em pedir desculpas.

Grim continuou:

— Bastaram algumas conversas com você e eu estava pronto para fazer a troca mais desvantajosa de todas: tudo de mim em troca de qualquer parte de você que estivesse disposta a dar. — Ele balan?ou sua cabe?a. — Você invadiu a minha mente. Me fez questionar minha sanidade. Eu penso em você o tempo todo.

A maneira como Grim disse o tempo todo deixou as bochechas de Isla queimando com as insinua??es.

— O tempo todo? — ela repetiu, a voz ofegante.

— Tarde da noite, eu te desejo tanto que chega a doer. Eu ardo por você o tempo todo — ele disse, seu rosto parecendo realmente torturado. Como se tivesse esperado por muito tempo para dizer aquelas palavras. Como se ela fosse uma maldi??o pior que todas as outras.

Ent?o ele a beijou.

Isla arfou, baixinho, e ele se afastou. N?o. Antes que Grim pudesse se afastar, ela apertou o corpo no dele, os bra?os ao redor de seu pesco?o. Ela inclinou a cabe?a para trás para encontrar seu olhar. Toda a raiva se foi, substituída por emo??es que fizeram os olhos dele assumirem um ar perverso.

Antes que ele pudesse sorrir, Isla pressionou seus lábios nos dele. Ele era frio como pedra, e ela ficou ainda mais gelada quando ele a prendeu contra o vidro. O beijo ficou mais intenso, as bocas se abrindo, o calor ardendo até o amago do seu corpo. A cabe?a dela tombou para trás, e Grim beijou toda a extens?o de seu pesco?o, seus dentes ro?ando levemente sua garganta, abaixo do colar.

Ele afastou a capa de Isla e passou os lábios pelo ombro nu dela. Ela arfou, o frio fazendo sua pele formigar, e as m?os dele agarraram sua cintura, for?ando-a ainda mais contra a parede. Isla estendeu a m?o para desabotoar a capa dele, que caiu silenciosamente no ch?o.

Os olhos de Grim grudaram nos dela, mas Isla já estava puxando sua camisa. Ele deixou que ela tirasse a pe?a em um movimento rápido. Ent?o Isla fez uma pausa. E o encarou.

O porte perfeito para a guerra. Músculos perfeitamente tonificados. Um guerreiro implacável assomando-se sobre ela. Uma grande cicatriz marcava o peito dele, a centímetros do cora??o. Isla espalmou a m?o sobre ela, e Grim observou o movimento, sua respira??o um pouco instável, como se estivesse se esfor?ando para continuar parado.

— O que foi isso? — Seu pulso estava acelerado. O dele também.

Grim estremeceu enquanto ela tra?ava a marca irregular da cicatriz.

— Só alguém que tentou me matar. — Ele colocou a m?o sobre a dela. — Devoradora de Cora??es — completou, o fantasma de um sorriso em seus lábios. O apelido estava de volta. — Neste momento, é você que está me matando.

Sua voz era profunda como em seus sonhos nas últimas semanas. Os que ele tinha enviado a ela. Aqueles que ela agora queria tornar realidade.

Ela segurou a coroa dele com delicadeza. Deixou que caísse no ch?o, causando um estrondo. Fez o mesmo com a dela.

O governante dos Sombrios e a governante dos Selvagens, ambos respirando um pouco rápido demais. Ela passou por cima de sua coroa, se jogando nele, e Grim a envolveu nos bra?os. Desta vez, o beijo foi desesperado, como se o sol estivesse se pondo e eles tivessem apenas alguns minutos restantes, como se a sala de vidro estivesse prestes a explodir. Ele a segurou com for?a, como se sentisse medo de que ela fosse flutuar para longe, um pássaro fora da gaiola.

Isla travou as pernas em torno dele, e podia senti-lo. Cada centímetro dele contra ela, mesmo por baixo das roupas. Eu n?o te disse o que você faz comigo. As palavras ecoaram em sua mente enquanto ela descobria o significado. Eu ardo por você o tempo todo. Grim estava ardendo por Isla agora mesmo. Ela se moveu contra o corpo dele lentamente, e um rosnado baixo escapou dos lábios de Grim. Com uma explos?o de desejo incontrolável, ele a agarrou pelas coxas, os dedos marcando sua pele, e se enterrou nela ainda mais. Os olhos de Isla se fecharam com a fric??o, a cabe?a pendendo para trás. Ele a encostou no vidro enquanto suas m?os iam para a frente do vestido dela, rápidas contra os la?os e al?as. Antes que Isla percebesse, o tecido havia sumido e a boca de Grim estava em seu seio.

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