Lightlark (Lightlark, #1)(121)



— Acho que o usei — disse ela com firmeza. — Acho que ele me salvou.

Oro apenas assentiu.

Ela repetiu a profecia de memória.

— Somente unidos as maldi??es podem ser desfeitas

Somente depois que um dos seis vencer,

Quando o crime original

For cometido novamente

E uma linha de poder ao fim chegar

Somente ent?o poder?o a história alterar

Isla engoliu em seco.

— Nós nos unimos… — ela disse. — Ao longo do Centenário. E todos os governantes estavam juntos na ilha. Essa é a primeira parte. Ent?o, cometi o crime original ao usar o cora??o.

Oro se recostou, as pontas afiadas de sua coroa apontando para os fundos da biblioteca. Ele devia tê-la recuperado, junto com o cora??o, depois que o sol se p?s.

Ele n?o havia devolvido sua coroa. Sua cabe?a parecia vazia sem ela… e também leve. Isla percebeu que n?o tinha pressa de usá-la novamente.

— Você receberá o poder que foi prometido. Vai ser oficialmente a vencedora — ele disse, parecendo despreocupado com o fato. — Quando completar a parte final da profecia.

Isla assentiu, o queixo erguido.

— O último passo, ent?o, é a quest?o de qual reino perecerá. — Oro recostou-se na cadeira. — Como prometido… você deve escolher qual reino salvar.

— O Estelar — ela disse de imediato. Seus ombros se acomodaram um pouco. Ela estava em seguran?a… e sua melhor amiga também. As sobrancelhas de Oro se uniram, em surpresa. Por quê?, ela pensou.

Ent?o seu sangue gelou.

— Quem vai morrer? — ela perguntou rapidamente, sem se preocupar em esconder o medo. N?o mais.

Os olhos de Oro suavizaram, mas o resto de sua express?o permaneceu firme. A face de um rei.

— Umbra, Isla — ele disse gentilmente.

Algo perfurou seus pulm?es, outra flecha, talvez. Sua respira??o ficou ofegante. Ela estava se afogando de dentro para fora.

— Mas você disse que ele n?o podia morrer. Disse que era a única coisa entre nós e um perigo ainda maior.

A partir disso, ela presumira que Grim estava seguro.

Oro assentiu.

— Isso era verdade… Até encontrarmos o cora??o.

A compreens?o foi uma pedrada no peito. O cora??o abrigava um inigualável poder Umbra. Com isso, o rei n?o precisava mais de Grim. Poderia matá-lo e ainda proteger a ilha contra o misterioso perigo.

— E Cleo? — ela perguntou, sua voz zangada, os dedos se curvando. — Eu n?o sei como, mas ela lan?ou as maldi??es. Ela deve ter se unido a outra pessoa que pudesse controlar o cora??o. Ela é a raz?o por trás de tudo isso. — Sua voz tremeu. Seus olhos arderam com lágrimas que n?o caíram. — Ela tentou me matar. Duas vezes.

A express?o de Oro n?o mudou.

— Talvez. E se tiver lan?ado as maldi??es, será julgada.

— Se? — Isla gritou, se levantando.

Oro também se levantou, elevando-se sobre ela.

— Existem milhares de Lunares na ilha. N?o vou condená-los todos à morte por causa das a??es de sua governante.

Os bra?os dela tremeram, mas ele estava de acordo em permitir que todo o reino Umbra morresse. Ela abria e fechava as m?os. Sua cabe?a latejava.

— E Azul? — Ele quase matou Celeste. — Ele obviamente tem algum tipo de plano para tomar o poder em Lightlark. N?o podemos confiar nele.

Oro balan?ou a cabe?a.

— Eu te disse. No segundo Centenário, o marido de Azul morreu. A cada Centenário desde ent?o, ele n?o tenta quebrar as maldi??es, formar alian?as nem tomar qualquer coisa. Azul só tenta falar com seu amado uma última vez.

— E o plano dele? — Isla quis saber. — Eu ouvi vocês dois.

Seu plano é uma loucura, dissera Oro. Você estará condenando milhares à morte.

Um reino tem que morrer, Oro, Azul respondeu.

— O plano dele? — Oro disse, dando um passo em dire??o a ela. — O plano dele era se sacrificar. Entregar-se como o governante que deve morrer para acabar com as maldi??es. Ele sabia que os dias da ilha estavam contados depois da minha demonstra??o. Estava disposto a sacrificar a si mesmo, seu povo, se isso significasse salvar a todos. Eles têm um regime democrático. Seu reino concordou. Eles votaram.

— Isso n?o é verdade. Ele tentou matar Celeste — ela rosnou.

— N?o sei por que ele faria isso. Tenho certeza de que existe um motivo.

Um motivo. O rei parecia ter infinitas desculpas e empatia, mas apenas quando lhe convinha.

Azul e Cleo tinham seus próprios planos, Isla sabia disso, mas ela percebeu ent?o que eles tinham que ter recebido ajuda. Cleo tinha matado Juniper depois de descobrir, de alguma forma, que Isla planejava encontrá-lo. Celeste fora encontrada longe da celebra??o do Carmel, nos jardins, como se tivesse sido atraída até lá…

Apenas uma outra pessoa sabia sobre a carta de Juniper para Isla e Celeste.

Uma pessoa soube do envenenamento de Celeste antes de qualquer outra.

Uma pessoa tinha acesso total ao castelo e podia se mover livremente, praticamente despercebida.

Ella.

Os olhos de Isla ardiam; sua garganta estava seca. Ela n?o tinha certeza de mais nada. Ela estava errada? Ou certa?

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