Lightlark (Lightlark, #1)(21)



Ele avan?ou mais rápido em resposta, sentindo seu enfraquecimento.

Ela deu um passo para trás. Depois outro, com um leve trope?o.

Ele fez seu ousado movimento final.

E Isla liberou a for?a que tinha guardado.

O rei foi pego de surpresa pela sanha de seu golpe. A lamina tremeu com o impacto. Ela avan?ou, aproveitando sua chance, mirando em todos os lugares. Ele ent?o foi for?ado a recuar, desviando de seus golpes, as sobrancelhas se juntando em concentra??o.

Ela ia ganhar.

Sua lamina se transformou em uma serpente, como se aquela em sua coroa ganhasse vida, atacando para matar, com presas e tudo. De novo, de novo, de novo, ela atacou, quase acertando o cora??o do rei. Quase encostando em seu pesco?o.

Ela saltou para a frente, pronta para o golpe final…

E hesitou.

Celeste era um lembrete prateado nas arquibancadas, logo atrás do rei. Ela n?o deveria ganhar. N?o era parte do plano.

Você n?o quer ser livre?, perguntou uma voz em sua cabe?a. Isso era mais importante do que seu orgulho. Do que vencer. Do que qualquer coisa.

No último momento, Isla mirou mais abaixo, em um lugar do qual Oro poderia desviar com facilidade. Quando ele o fez, ela afrouxou o aperto no cabo da espada.

Ent?o, quando a espada dele a atingiu, sua lamina saiu voando pela arena.

Aplausos explodiram, n?o apenas de Solares, mas de todos os reinos de Lightlark ficando de pé. Honrando seu rei.

Mas Oro apenas observou Isla, estreitando os olhos.

Ele sabia.

De alguma forma, ele sabia que Isla tinha permitido que ele vencesse.

A ponta da espada dele, ent?o, subiu sem entusiasmo pela barriga de Isla até o cora??o. Ent?o se afastou. Mas o olhar do rei era implacável, observando-a com aten??o demais.

Isla encolheu-se sob sua aten??o, curvando-se, fazendo uma reverência, reconhecendo a derrota.

Ela voltou para os assentos quando Oro foi coroado o vencedor da demonstra??o.

Seus olhos n?o encontraram os dele novamente. Mas ela podia sentir o olhar dele nela, n?o mais sem vida, mas t?o impiedoso quanto o fogo.





CAPíTULO OITO


CELESTE





Na primeira vez em que Isla conheceu Celeste, ela sentiu alívio. Tinha passado a vida toda aprendendo sobre os outros governantes dos reinos. Quatro deles eram terrivelmente velhos e habilidosos, já vivos quando as maldi??es foram lan?adas, herdeiros originais dos que se sacrificaram pela profecia. Isla n?o era páreo para eles, n?o importava quanto tempo e quanto esfor?o ela dedicasse aos seus treinos. Eles eram os protagonistas dos seus pesadelos, cada um matando-a mil vezes antes mesmo da chegada do convite para o Centenário.

A Estelar era um mistério. Jovem como Isla e em desvantagem, pois n?o tinha Terra ou Poppy, ninguém antigo e sábio para guiá-la, gra?as à maldi??o de seu reino.

Ainda assim, os Estelares eram poderosos.

Ela é sua inimiga, Terra diria. Um informante havia muito tinha anunciado às suas tutoras que a mais nova da longa fileira de governantes Estelares era uma garota. Uma de vocês vai perder.

Terra convenceu Isla de que, por serem as duas mais novas, elas seriam ca?adas para cumprir parte da profecia. Apenas uma delas sobreviveria.

Deve ser você.

Ent?o, quando acidentalmente Isla abriu um caminho direto para o castelo da governante com sua varinha estelar, e a garota apenas olhou para ela e sorriu, um peso foi tirado de seu peito.

— Acho que a varinha sabia que eu precisava de você — Isla diria a Celeste anos depois, durante uma de suas muitas festas do pijama secretas.

— E que eu precisava de você — respondeu Celeste, apertando a m?o dela com for?a.

Inimigas, n?o.

Amigas.

Irm?s. Essa palavra descrevia muito melhor o vínculo entre elas, um relacionamento para o qual Isla nunca poderia ter se preparado depois de ter passado a vida inteira sozinha. Ela amava Celeste mais do que a qualquer um. Mais, até mesmo, que as suas tutoras.

Era natural que ela contasse seu segredo, três anos depois que se conheceram.

Foi por causa do amor pela amiga que Isla tinha sido sincera.

— Eu entendo se você n?o quiser unir for?as comigo — Isla dissera. — De verdade, Celeste. Eu entenderia.

Celeste a abra?ou com for?a enquanto as duas choravam. Saber sobre a ausência dos poderes de Isla complicava tudo. Saber que havia uma grande possibilidade de os outros governantes descobrirem esse segredo durante o Centenário, e de Isla morrer uma vez que o resto da profecia se cumprisse.

— N?o — sussurrou a Estelar no ombro de Isla depois de um bom tempo. — Vamos fazer isso juntas. Sempre.

Tomando o rosto dela nas m?os, Celeste olhou diretamente para os olhos de Isla e fez uma promessa: — Eu vou proteger você. Nós vamos sair do Centenário vivas e passar o resto das nossas longas vidas juntas.

Foi por isso que Isla deu ouvidos a ela, ou tentou. Celeste tinha colocado a si mesma e todo o seu reino em perigo ao formar aquela alian?a.

E Isla talvez tivesse colocado tudo a perder.

— Sinto muito — disse ela, olhando para o ch?o do quarto de Celeste. Já passava da meia-noite, ent?o ninguém ouviria seus sussurros. Elas mal tinham se visto, sabendo que, se fossem pegas, isso significaria o fim do plano secreto.

Mas, naquela noite, Isla tinha corrido o risco.

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