Lightlark (Lightlark, #1)(64)



O rei ficou parado por um momento.

Ent?o se levantou e voltou pelo matagal, xingando baixo.

ótimo.

Quando ele já estava longe o suficiente, Isla se encurvou e agarrou o ch?o com todas as for?as, os bra?os tremendo por um solu?o. A dor...

Era diferente de tudo que tinha experimentado. Plantas malignas e miseráveis.

E n?o havia acabado.

Estremecendo, Isla levou a m?o às costas e procurou o primeiro espinho. Agarrou-o com dedos trêmulos.

E puxou com toda a for?a.

Seu grito ecoou pela floresta; ela podia jurar que retumbou pelas árvores. Suas folhas trêmulas soavam quase como risadas.

Ela nunca se odiou mais por ter nascido sem poderes quanto naquele momento. Se fosse uma verdadeira governante Selvagem, poderia controlar cada centímetro da mata. As plantas nunca a teriam machucado. Teriam ajudado.

Sua m?o tremia quando ela pegou o espinho ensanguentado e o largou no ch?o.

Só faltavam mais dez, se sua contagem enquanto Oro a libertava do espinheiro estivesse correta.

O rei estava de volta, agachado ao lado dela.

Seu bra?o inteiro tremeu quando ela se curvou para trás, procurando o próximo.

— Eu disse para você ir procurar...

— Eu procurei — disse ele. — Nada de cora??o.

Lágrimas rolaram por suas têmporas, a cabe?a inclinada. Tudo isto… por nada.

— Você pode... você pode ir — disse ela, fechando os olhos com for?a.

Alguns segundos se passaram. Ela n?o o ouviu se mover e se perguntou se Oro havia simplesmente voado para longe daquele jeito silencioso dele.

Mas, quando abriu os olhos, estava ali, franzindo a testa para suas costas, que estavam em um estado deplorável.

Oro se aproximou dela, o que fez Isla se encolher. Ele levantou a palma das m?os. Uma oferta de paz.

— Os espinhos s?o todos seus — disse ele, os olhos claros. Razoável. Ele fez um gesto em dire??o às dezenas de espinhos cobrindo seus bra?os, finas linhas vermelhas escorrendo deles como lágrimas de sangue. — Vou tirar esses. — Ela come?ou a balan?ar a cabe?a. — é mais rápido — adicionou. — Quanto mais cedo isso terminar, mais cedo poderemos retomar nossa busca.

Ele tinha raz?o. Isla imaginou que poderia deixá-lo ajudar se isso significasse completar a miss?o e sair daquela floresta perversa.

— Tudo bem — sussurrou.

As m?os dele eram quentes na sua pele, mas também surpreendentemente gentis enquanto arrancava os espinhos, um por um. Cada um seguido por uma pontada de dor.

Mas nada comparado aos espinhos das costas.

Ela encontrou outro com a m?o. Retirou. Gritou contra os joelhos.

Outro. Era curvado, a apenas um centímetro da coluna. Ela puxou, e um solavanco estremeceu todo o seu corpo, agulhas perfurando os ossos, veneno nas veias. Com o susto, ela mordeu com for?a a língua, e um som animalesco escapou da garganta. Imediatamente, o sangue formou uma po?a na boca e pingou no ch?o.

— Aqui. — Subitamente, Oro estava oferecendo a ela algo para morder. — Vai arrancar sua língua — explicou. — Já vi acontecer antes; tem que ter algo na boca para isso...

Isla puxou outro espinho, sabendo que era impossível sentir mais dor do que estava sentindo agora.

Mas estava errada. A dor dobrou, triplicou, e Isla mordeu com for?a o que ele oferecia.

De novo.

De novo.

Seus olhos estavam fechados com tanta for?a que a cabe?a doía. A consciência dela ia e vinha, mas Isla retirou sozinha cada um dos espinhos.

Só quando terminou e se recostou em uma árvore foi que ela percebeu que estava mordendo a m?o de Oro. A carne estava coberta de marcas de mordida. Ela havia perfurado a pele dele em vários pontos.

Estava cansada demais para sentir vergonha. Tudo o que podia fazer era se concentrar na própria respira??o enquanto Oro usava um cantil de água e suas habilidades Lunares para curar as feridas.

Quando ela parou de sangrar, estava na hora de ir embora. O amanhecer estava se aproximando.

— E agora? — ela perguntou, a voz mal soando.

Antes do ataque da parede de espinhos, ela já havia terminado de procurar nas árvores. Presumiu que Oro também tivesse terminado. Estava claro que o cora??o n?o estava naquela floresta.

Ele trincou os dentes.

— Há muitos lugares com as plantas que você indicou. Eu pensei que, por causa da quantidade, nós...

Teríamos sorte foram as palavras que ela completou mentalmente.

Isla quase quis rir. Ou chorar.

Se houvesse alguma sorte no mundo, ela e o rei nunca a encontraram.

Oro balan?ou a cabe?a.

— Tenho outro plano. Um que eu esperava n?o ter que usar. — Ele a encarou. — Sabe aquelas criaturas antigas que eu mencionei?

Ela assentiu.

— Bem — disse ele —, acho que é hora de visitar uma delas.





CAPíTULO VINTE E SETE


O PORTO





Fazia cinco dias que Oro n?o batia à porta de Isla. Devia estar tentando encontrar a tal criatura antiga, para fazer um acordo que garantisse sua seguran?a.

— Será que uma dessas criaturas antigas realmente tentaria ferir o rei de Lightlark? — ela perguntou na ocasi?o.

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