Lightlark (Lightlark, #1)(11)



O ar estava elétrico, zumbindo de energia.

— A primeira regra: um governante n?o pode assassinar ou tentar assassinar outro governante até depois do quinquagésimo dia. — A regra era um alívio para Isla. Por pelo menos metade do Centenário, sem poderes ou n?o, ela estaria segura. Era por isso que ela e Celeste planejavam estar fora da ilha antes mesmo do baile que iria acontecer no quinquagésimo dia. — E, quando os pares forem decididos, no vigésimo quinto dia, um governante n?o pode assassinar seu parceiro.

Após o caos do primeiro Centenário, os cem dias foram divididos em partes e tornaram-se mais estruturados. Os primeiros vinte e cinco dias eram dedicados a demonstra??es feitas por cada governante, projetadas para testar os pontos fortes de cada um e o quanto mereciam permanecer vivos. Cada teste tinha um vencedor. O governante que vencesse o maior número de testes decidiria em quais pares os governantes seriam divididos pelo restante do Centenário.

— A segunda regra: todos os governantes devem comparecer e participar de todos os eventos do Centenário.

Essa regra parecia inócua, mas era perigosa, dependendo do acontecimento.

— A terceira regra: para participar, nenhum governante pode ter um herdeiro. — Desta forma, sua morte eliminará sua linhagem familiar e quebrará as maldi??es, segundo a profecia. Também significa o fim de seu reino para sempre.

Cada governante recebeu um convite para o Centenário contendo essas regras. Aceitar o convite significava concordar com as três ordenan?as.

E toda boa promessa era selada com sangue.

Com o movimento do pulso do rei, um fogo irrompeu no meio do círculo. Isla sabia exatamente o que aconteceria a seguir.

Poppy a fez praticar, de novo e de novo, até você n?o vacilar! Sua ferida era costurada, apenas para ser aberta de novo e de novo e de novo, até que ela n?o tivesse nenhuma rea??o visível à dor.

Em sincronia com os outros, Isla removeu a coroa da cabe?a e usou a ponta mais afiada para fazer um corte profundo em sua palma.

Ela n?o vacilou. Poppy ficaria orgulhosa.

Antes de oferecer o sangue para as chamas, havia outra parte da cerim?nia que ela havia praticado. O sangue de cada governante tinha propriedades especiais, em acordo com suas habilidades. Do sangue selvagem deveriam desabrochar flores.

Isla estava preparada, pétalas escondidas entre os dedos. Quando o sangue finalmente escorreu de sua m?o, ela segurava uma rosa em miniatura.

O sangue de Cleo endureceu como gelo antes de ser queimado pelo fogo. O sangue de Grim tornou-se escuro como tinta. O sangue de Azul ficou suspenso no ar, separando-se, antes de finalmente cair. O sangue de Celeste explodiu em uma confus?o de faíscas. O sangue de Oro ardeu brilhantemente antes mesmo de chegar às chamas.

O fogo ficou carmim, manchado com o sangue deles, e depois desapareceu.

Agora, eles estavam presos às regras. Quebrá-las tinha consequências. Para Isla, Celeste, Grim, Cleo e Azul, significava perder o direito ao prêmio do Centenário: o poder inigualável que o oráculo dissera ser o presente que o responsável por quebrar todas as maldi??es receberia. Oro, como rei e anfitri?o do Centenário, estava ligado às regras com sua vida.

Foi por isso que Oro tinha salvado Isla? Ele tinha essa responsabilidade? N?o estava claro como as mortes acidentais contribuíam para a profecia.

O que estava claro era que o rei de Lightlark tinha um plano. E, aparentemente, envolvia manter Isla viva.

Pelo menos até o momento em que a quisesse morta.





CAPíTULO CINCO


GRIM





Na manh? seguinte, quando a criada de Isla bateu a sua porta, ela estava pronta.

Armas n?o eram permitidas, mas era possível levar um baú com pertences. Ela aplicou tintura nos olhos verdes, em arcos pretos perfeitos. Os cílios já eram longos e volumosos, mas ela os curvou ainda mais. Passou um bálsamo nos lábios carnudos que iluminaram seu tom natural. Sua pele, mesmo naturalmente bronzeada, ainda parecia pálida demais para seu gosto, pelo longo tempo passado dentro de um quarto.

Isso seria facilmente resolvido. Agora que ela estava livre para explorar, n?o tinha inten??o de ficar trancada em lugar nenhum.

Os poucos vestidos em seu baú mais pareciam uma cole??o de fitas costuradas. Transparentes, diminutos e t?o suaves que pareciam líquido. No reino Selvagem, na constante reclus?o de seus aposentos, ela conseguia se safar disso usando roupas largas e macias. Mas agora estava no Centenário, e Poppy tinha escolhido esses vestidos por uma raz?o.

Uma raz?o que fez Isla querer jogá-los todos na lareira mais próxima.

Naquele dia, ela escolheu um vestido no tom rosa de tulipas, decotado nas costas e feito de um tecido que grudava no seu corpo como se estivesse molhado. Era tradi??o usar a cor de sua fonte de energia. Estelares usavam prata, Solares usavam dourado, Etéreos usavam azul-claro, Umbras usavam preto e Lunares usavam branco. Como a natureza tinha muitas cores, Isla n?o estava presa a um tom, desde que n?o usasse o dos outros.

A garota Estelar se assustou quando Isla abriu a porta t?o rapidamente.

Isla n?o perdeu tempo.

— Qual seu nome?

— O meu nome? — a garota perguntou, t?o confusa que Isla n?o p?de deixar de rir.

— Acredito que você tenha um? — ela brincou, esperando que seu sorriso fizesse sua fala parecer bem-humorada, e n?o maldosa.

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