Lightlark (Lightlark, #1)(38)



Foi uma grande exibi??o. Uma inova??o que com certeza causaria impacto em Lightlark. A multid?o parecia pensar assim também.

Isla se perguntou o que diziam as páginas que Azul havia distribuído. Talvez um convite para uma festa que os Etéreos fariam na pra?a depois da demonstra??o.

— Cleo.

Isla esperava que a falta de tempo para se preparar tivesse atrapalhado a governante. Ela imaginou a Lunar lutando para montar uma demonstra??o e quase sorriu.

Cleo irradiava apenas confian?a ao seguir em dire??o ao centro da arena. Ela n?o tinha criados. Nenhuma ferramenta... nada para exibir.

Suas palavras foram simples:

— Temos navios — disse ela. — Nos últimos dois séculos, construímos muitos, muitos navios.

E só.

A Lunar voltou para seu lugar, e Isla sentiu uma pontada de raiva no peito. Ela se perguntou se a multid?o ficaria em silêncio. Confusa. Se os outros governantes iriam rejeitar a falta de exibi??o.

Mas n?o. Os Lunares aplaudiram, como se confirmando que tinham passado décadas construindo a frota que Cleo descrevera como se n?o fosse nada importante.

Ela poderia estar mentindo. Mas Oro aparentemente acreditava nela.

Ele aparentemente n?o sabia nada sobre os navios.

Interessante. Celeste estava certa. Havia tens?o se formando entre alguns dos reinos Lightlark.

Embora uma Marinha n?o fizesse sentido enquanto os Lunares ainda estavam assombrados pela lua cheia mortal, isso seria útil em um mundo pós-maldi??o. Os navios poderiam ser usados para trazer os milhares de Lunares, Estelares, Selvagens e Etéreos de volta a Lightlark, para unificar os reinos em apenas um lugar novamente. Eles poderiam explorar terras distantes além da ilha e das novas terras dos reinos.

Também poderiam ser usados para uma guerra.

— Celeste — disse Isla, refletindo se a forma como falava o nome da amiga era diferente de como dissera os nomes dos outros. Pensando se dizer o nome de uma pessoa milhares de vezes o fazia soar diferente.

A Estelar estava preparada, é claro. Uma dúzia de seus voluntários juntaram-se a ela.

— Meu reino vem desenvolvendo uma maneira de fabricar ferramentas e armas usando apenas nosso poder — disse ela, gesticulando para seu povo, pedindo para eles come?arem.

A multid?o assistiu maravilhada enquanto os Estelares demonstravam a maneira como reuniam suas energias, tornando-as t?o concentradas que, diante dos olhos de todos, uma espada foi criada em apenas alguns instantes. Eles transformaram energia em metal, quase como Oro transformou a mesa em ouro.

Quase.

Isso exigia uma dúzia de Estelares e muito esfor?o. Para uma espada.

O rei provavelmente poderia transformar todos eles em ouro num f?lego só.

Celeste pegou a espada pronta nas m?os e a ergueu, para os aplausos intermináveis de todos os Estelares presentes.

Isla queria sorrir, queria dizer algo à amiga. Mas tudo que fez foi chamar o próximo nome.

— Oro.

O rei n?o encontrou o olhar de Isla enquanto tomava seu lugar. Ele sempre a olhava com desdém. Agora que provavelmente já sabia que Isla o deixara ganhar o duelo e tinha sido usado como adere?o para a demonstra??o dela na prova de Azul, parecia que Isla tinha sido rebaixada, sendo tratada como algo indigno de aten??o.

— Encontramos novas maneiras de espalhar luz e calor por toda a ilha.

Com um movimento rápido, Oro acendeu fogo à sua frente. Ent?o mergulhou a m?o inteira dentro das chamas antes de tirá-la com os dedos abertos. Faíscas se espalharam como respingos de tinta, voando ao redor. Houve gritos e alguns ilhéus se protegeram usando seus poderes.

Mas as chamas estavam presas em dezenas de esferas, que pousaram de forma inofensiva nas m?os e nos colos das pessoas.

— N?o v?o se apagar enquanto a chama original estiver acesa.

Com as infinitas lareiras dentro do castelo, as tochas por todo o Continente e aquela demonstra??o, o rei tinha uma clara obsess?o em garantir que o fogo estivesse em toda parte. Era porque ele representava seu governo? Seu reino?

Oro permitiu à multid?o mais alguns momentos inspecionando as esferas de fogo, jogando-as no ar, maravilhando-se com seu calor, a luz como uma centena de vaga-lumes iluminando a arena, antes de fechar a m?o e abafar as chamas.

A luz das esferas ficou fraca e apagou, exatamente como ele disse que aconteceria.

Aplausos pareciam acompanhar tudo o que Oro fazia, e nessa demonstra??o n?o seria diferente.

— Grimshaw — foi o próximo nome que Isla falou.

O Umbra ro?ou-a ao passar. Uma onda de frio dan?ou por seu bra?o ao mais leve toque do governante.

Ela precisava se recompor.

A multid?o ficou em silêncio, mas todos estavam evidentemente curiosos sobre o que o Umbra iria mostrar. Seu reino tinha sido um mistério desde que criaram sua própria fortaleza. Eles eram o inimigo durante a guerra. Mesmo com o tratado de paz, a desconfian?a reinava. Muitos, Isla imaginou, ainda acreditavam que o povo de Grim era responsável pelas maldi??es.

E talvez fosse.

Grim parou no centro da arena. Ele olhou de volta para os rostos curiosos, virando-se para eles para que tivessem uma vis?o clara.

— Meu reino n?o tem nada produtivo para oferecer a vocês.

E foi embora.

Silêncio. Sussurros.

Isla sentiu seu rosto esquentar. De raiva? Surpresa?

Alex Aster's Books