Lightlark (Lightlark, #1)(49)
Uma coisa era certa. Grim tinha um segredo. E se mesmo a ideia de ele ser revelado produzia tanta raiva, Isla tinha medo de saber o que era.
Restavam apenas Oro e Cleo.
Este era o último teste.
O rei havia vencido o duelo e a demonstra??o de poder. Cleo havia vencido seu próprio teste e o de Celeste.
Eles estavam empatados.
Quem ganhasse aquela demonstra??o decidiria as duplas que os governantes formariam. A decis?o era importante. Por causa da primeira regra, um governante n?o podia matar sua dupla. A escolha for?aria alian?as, orientaria a busca pelo significado da profecia, moldaria o restante do Centenário. Talvez até decidiria quem seria um alvo.
O olhar de Oro era implacável enquanto encarava a Lunar, desafiando-a a revelar seu segredo. E, por um momento, Isla pensou que ela o faria.
Mas, pensando melhor, Cleo jogou as xícaras no ch?o.
O rei havia vencido oficialmente.
Seus olhos estavam sem vida quando ele olhou para sua primeira xícara e disse: — Eu.
Ele a deixou cair no ch?o.
A segunda.
— Estou.
Antes de ler a terceira, ele ergueu os olhos e encontrou os de Isla. Franziu a testa um pouco, como se estivesse perturbado por seu olhar ter vagado em sua dire??o. Mas ele n?o desviou os olhos enquanto enunciava a terceira e última palavra de seu maior segredo: — Morrendo.
CAPíTULO VINTE E UM
EM PARES
O rei estava morrendo. O que isso significava? Caos eclodiu após a confiss?o, mas ele n?o disse mais nada antes de deixar a sala, reivindicando sua vitória.
Era um segredo que afetava a todos.
A for?a vital de Oro estava diretamente relacionada à da ilha. Isso significava que Lightlark estava em risco?
Ele era o mais forte deles. Um Original, que era Estelar, Etéreo, Lunar e Solar ao mesmo tempo. Se ele estava morrendo...
Que chance os outros tinham?
Isla ouviu uma batida suave à porta, muito depois da meia-noite. Celeste.
A Estelar entrou correndo, parecendo ter visto um fantasma.
— Essa foi por pouco — foi tudo o que disse.
O est?mago de Isla se retorceu, lembrando as palavras em sua xícara. Ela imaginou que as de Celeste eram quase iguais.
— Eu sei. — Ela franziu a testa. — Obrigada. Você n?o deveria ter que me proteger assim, mas... obrigada.
Celeste dispensou o agradecimento como se n?o fosse nada. Mas n?o era nada. A única maneira que Isla poderia recompensar a amiga pelo risco que estava correndo em seu nome era encontrando o desvinculador.
— O que acha que isso significa? — Isla perguntou.
A Estelar pareceu saber imediatamente que ela se referia à confiss?o do rei. Ela deu de ombros.
— N?o tenho certeza. Mas é motivo suficiente para nos apressar e encontrar o desvinculador, para que possamos sair desta ilha.
Ela estava certa. Uma vez que estivessem livres das maldi??es, poderiam estar livres de Lightlark. A morte do rei n?o as afetaria ou seus reinos.
Mas ainda havia outros fatores que apressavam o já limitado cronograma. E complicava o plano delas.
Isla contou a Celeste sobre o desastre no castelo da Ilha da Lua e o fato de estar quase certa de que Cleo sabia da sua invas?o à biblioteca.
Celeste caminhou pelo quarto de Isla, as m?os cobertas de faíscas. Suas emo??es muitas vezes desencadeavam aquelas explos?es, o que era parte da raz?o pela qual ela sempre usava luvas. Para manter sua energia sob controle.
— Farei o que puder para conseguir informa??es sobre a biblioteca da Ilha do Sol — foi tudo que Celeste disse depois de um bom tempo.
Isla assentiu, embora isso n?o resolvesse os maiores problemas. Como ela iria se esgueirar pela terra dos Solares sem roupas douradas? Celeste finalmente parou de andar de um lado para o outro e juntou as m?os, fazendo as faíscas caírem como fitas, desaparecendo antes de chegarem ao ch?o.
— As equipes ser?o formadas em dois dias. Tenho esperan?a de que Oro nos coloque juntas. Aí n?o vamos precisar trabalhar nisso em segredo. Vamos encontrar uma maneira de você entrar na Ilha do Sol sem ser notada.
Isla n?o queria questionar a amiga, especialmente quando tinha complicado tudo fazendo Cleo suspeitar dela, mas n?o conseguiu evitar proferir uma dúvida.
— E se Oro n?o nos colocar juntas?
Celeste franziu a testa. Apoiou a m?o suave, ainda zumbindo com energia, na bochecha de Isla.
— Eu sei o qu?o incrível você é, minha amiga brilhante — ela disse. — Mas eles n?o. O rei n?o vai escolher você ou eu para ser dupla dele.
Isla teve que admitir que ela estava certa.
— Agora — continuou Celeste. — Nem tudo s?o más notícias, n?o é? Sabemos com certeza que o desvinculador está na biblioteca da Ilha do Sol. Vamos dar um jeito de você entrar. Vai encontrar o desvinculador. Nós vamos usá-lo. Quebrar nossas maldi??es. Você terá seus poderes. Nossos reinos ser?o libertados. Podemos estar fora da ilha daqui a uma semana. Duas, no máximo.
Dito assim, parecia fácil.
Mas Isla sabia que nada em Lightlark era fácil.
No vigésimo quinto dia do Centenário, eles voltaram à sala do trono para a cerim?nia de forma??o das duplas.
— Rei. — O tom de Azul era firme, embora seus olhos brilhassem com urgência. — Você vai explicar a... verdade?