Lightlark (Lightlark, #1)(93)
Novamente, ela se virou para sair.
E, desta vez, o rei n?o a impediu.
CAPíTULO TRINTA E OITO
AMANH?
Na manh? seguinte, Isla entrou na sala do trono com a cabe?a erguida. Ela havia contado seu segredo a Oro, e sobreviveu.
O rei alegava que era um homem de palavra. O que significava que, agora, o poder prometido seria dela. Tudo o que precisavam fazer era encontrar o cora??o, que agora sabiam que estava na Ilha da Lua. Restavam apenas três lugares, e um deles seria revistado naquela mesma noite.
Estavam t?o perto.
A esperan?a era a única coisa que a impedia de desmoronar.
Estou indo, ela sussurrou para Terra. Estou indo te salvar, como você me treinou para fazer.
Matar estava permitido. Ela deveria estar com medo ao entrar em uma reuni?o com os outros governantes do reino, mas n?o estava. Isla tinha Oro. Celeste. Grim.
O rei havia convocado os governantes para uma atualiza??o. Isla estava segura ao seu lado. Grim apareceu em seguida. Ela n?o o via desde o baile, mas todas as noites passava os dedos pelo colar, imaginando quando teria coragem de puxar o diamante e convocá-lo para o seu quarto.
Cleo entrou vestindo uma capa com fecho frontal, com uma fenda que mostrava a cal?a por baixo. Ela olhou para Isla com pouco interesse, mas Isla n?o cometeu o erro de acreditar que isso significava que a Lunar n?o queria matá-la. Cleo provavelmente sabia que n?o poderia chegar perto de Isla com Oro como seu parceiro.
ótimo.
Celeste se juntou a eles. Depois Azul.
Todos ficaram longe. Olhos atentos. Prontos para atacar. Prontos para usar seus poderes, se necessário.
Oro finalmente falou, sua voz preenchendo a sala:
— Já se passaram sessenta dias desde o início do Centenário. Alguém gostaria de compartilhar seu progresso?
Ninguém disse uma palavra. Isla se perguntou o que, ou quanto, ela deveria dizer. Eles n?o haviam discutido a reuni?o antes.
Para sua surpresa, Oro disse:
— Isla e eu vasculhamos a ilha atrás de uma relíquia que acreditamos ter sido usada quinhentos anos atrás. Pensamos que usá-la tenha sido o crime original, e que seu poder criou as maldi??es.
A verdade. Quase completa. Ela piscou, chocada.
Azul franziu a testa.
— Que tipo de relíquia poderia ter lan?ado maldi??es?
— Uma infundida com o poder Umbra — Oro disse, sem rodeios.
Novamente, a verdade. Isla olhou para ele, os lábios entreabertos. Ele n?o tinha dito que n?o confiava nos outros? Por que n?o haviam discutido isso antes?
O governante Etéreo virou-se para ficar de frente para Grim.
— Tal relíquia poderia existir?
Grim ficou parado.
— Sim, se tiver sido criada há tanto tempo que um governante Umbra pudesse ter se dado ao luxo de sacrificar parte de seu poder.
Azul parecia incrédulo.
— Ent?o n?o deveríamos todos procurar esta relíquia? Umbra n?o deveria procurar por ela? Talvez consiga atraí-la.
Isla lan?ou um olhar fulminante para Oro. Por que ele entregaria tanto?
— N?o — o rei disse, sua voz absoluta. — N?o podemos correr o risco de concentrar nossos esfor?os em um só caminho, se estivermos errados. N?o com a urgência da nossa situa??o. — Ele levantou a manga, mostrando a eles o quanto o cinza-azulado havia se espalhado. Seu corpo era como um mapa, demonstrando o desmoronamento da ilha. Ela endireitou a postura. Pelo menos teve o bom senso de manter os outros fora do plano. — No entanto — completou —, acredito que seja a hora de uma mudan?a nas duplas.
O sangue sumiu do rosto de Isla.
Oro virou-se para a governante Lunar.
— Cleo, seria conveniente para você se juntar a mim para que possamos procurar juntos por essa relíquia na Ilha da Lua?
Isla n?o conseguia respirar. Um zumbido tomou conta de seus ouvidos. Ela só podia ter ouvido errado… entendido errado. Isso ao menos era possível?
Ela sabia que deveria ter escondido a indigna??o em seus olhos, lan?ando olhares fulminantes de raiva para Oro. Ou o seu queixo caído.
Mas o rei nem se virou para olhá-la.
O sorriso de Cleo era felino.
— Tem certeza, rei? — ela disse. — Parecia que você e a Selvagem estavam se dando t?o bem.
Oro juntou Azul e Celeste em seguida, e ent?o Isla e Grim, mas ela mal ouvia sua voz por causa do zumbido. Seu corpo mal resistiu a correr para a mesa e cortar a garganta do rei com a própria coroa.
A compreens?o a atingiu como uma pedra em seu peito.
Oro a usou até ela se tornar inútil para ele. Exatamente como Celeste tinha alertado.
Agora que eles sabiam que o cora??o estava na Ilha da Lua, ele havia mudado alian?as para seguir com o plano. Ele havia escolhido Cleo.
Desde o primeiro momento em que o conheceu, todas as escolhas de Oro haviam sido para o bem de seu povo. Eu farei tudo o que for preciso para quebrar essas maldi??es, ele dissera.
Mesmo que isso significasse traí-la.
— Você realmente tem certeza, rei? — Cleo disse, olhando para Isla com lábios franzidos. — Tenho que admitir, estou desconfiada… Isso n?o é uma estratégia entre você e a Selvagem, n?o é?
Uma pontada de esperan?a cresceu em seu peito. Eles haviam trabalhado juntos por semanas, ela havia salvado a vida dele e ele, a dela. Talvez ele n?o a estivesse traindo. Talvez isso fosse uma estratégia…